Post hoje é longuinho, mas vale a pena, já aviso.
Se você está na página individual da postagem, ela aparecerá completa; mas se está na "Home" do blog, eu dividi a postagem em duas partes. Então, se não estiver cansado após ler a primeira parte, clique no "continue lendo este post" ali embaixo, para ler a parte final.
“Bullying” é um termo em inglês que quer dizer basicamente "intimidação", o ato de coagir alguém que aparenta ser “mais fraco” de alguma forma.
Pra mim, há uma diferença entre piada e bullying, e essa onda que surge do "politicamente correto" é um puta saco.
A piada uma coisa que é feita uma vez, duas vezes, depois passa. A pessoa alvo da piada não tem traumas com isso, não se sente um lixo, nem intimidada - apesar de não gostar de ter sido o alvo. Piada sempre ofende alguém de alguma forma, e é essa a parte graçada, mas não quer dizer que a pessoa vai ter danos.
Já o bullying é uma coisa constante, que acontece com o único objetivo de fazer a pessoa se sentir mal, inferior, e esta se torna o motivo de chacota permanente de uma pessoa ou grupo e isto tem consequências emocionais, psicológicas e, algumas vezes, físicas.
Quem nunca sofreu bullying que NÃO ATIRE a primeira pedra.
Entre os 14 e os 16 anos eu sofri o tão "famoso" bullying no colégio.
Todos sabem que nestes casos, mesmo que esteja morrendo por dentro, quanto mais descontentamento você deixar transparecer, pior a situação fica.
Eu SEMPRE fui muito tranquila, com um círculo de amizades limitado (por opção minha), mas quando se está no colégio, com aquele bando de babacas que se acham os donos do mundo, sempre surge um apelido aqui... outro ali... “Ah, mas a pessoa que debocha de mim é meu ‘amigo’, né? Então dá para aguentar.”
Mas aí seu “amigo” tem outros amigos que o veem debochando de você, te pegando para Judas, e pronto, acabou-se sua paz.
O fato de ser negro, gordo, usar óculos, aparelho, ter cabelo crespo, ou ser gay - ou qualquer coisa que não se encaixe em padrões imbecis - deixa de passar despercebido e se torna o seu pior defeito.
Eu sempre fui gorda - não gorda ao ponto de chamar todas as atenções para mim - mas era o suficiente para que um grupo de 4 ou 5 alunos me insultassem constantemente; e não só no intervalo do colégio, mas também na saída dele, enquanto eu voltava a pé para casa - com meu amigo gay - e tinha que passar por esse grupo de meninos. Na grandessíssima maioria das vezes eu e meu amigo tentávamos ignorar.
De modo geral, salvo raras exceções - vamos ser francos - , professores não fazem nada a respeito. Portanto, para que providências de fato sejam tomadas é preciso que o aluno demonstre estar MUITO mal com a situação. Mas veja bem, para que a pessoa se sinta muito mal com a situação, a ponto de expor, é necessário que os abusos já venham ocorrendo há um bom tempo e com níveis absurdos de desrespeito. E muitas vezes a pessoa não fala porque ela já passa tanta vergonha sendo massacrada que não quer que mais ninguém saiba disso.
Os agressores não são vistos como agressores, mas sim como os caras mais engraçados da sala/colégio.
Tem vezes que o próprio educador, que devia coibir tais práticas, é um dos primeiros a rir do aluno afetado.
Tem vezes que o próprio educador, que devia coibir tais práticas, é um dos primeiros a rir do aluno afetado.
Lembro bem que uma vez eu estava fazendo uma prova, e o professor monitorando a sala. Uma menina gorda - sem sentido perjorativo, também era e sou gorda, e daí? - se virou para o amigo ao lado para pedir algo emprestado. O professor viu e deu uma bronca, sendo rude, e pediu que ela se virasse para frente. Ela disse: “Tudo bem, não precisa querer ‘me engolir’.” A resposta do professor foi automática: “Minha filha, com o seu tamanho, nem que eu quisesse eu conseguiria.” A classe praticamente toda fez o que você talvez esteja fazendo agora: riram descaradamente.
Nessa situação, a quem recorrer? Como eu poderia dizer para este professor:
“Por favor, me defenda. Um grupo de alunos me faz motivo de chacota enquanto estou no intervalo por eu ser gorda.”?
“Por favor, me defenda. Um grupo de alunos me faz motivo de chacota enquanto estou no intervalo por eu ser gorda.”?
A autoconfiança, a autoestima é jogada pelo ralo; e mesmo que alguém se interesse por você, ou queira ser seu amigo, você pensa uma, duas, dez vezes antes de se deixar cativar. Ainda fica com aquela pulguinha atrás da orelha: “Esta pessoa está rindo comigo ou está rindo de MIM?” Ou mesmo quando recebe um elogio: “Será que é um elogio sincero ou tem um ‘quê’ de pena aí só para eu não me sentir mal?”
E o pior é que, nos momentos em que algo não dá certo, às vezes você deixa de acreditar em si para acreditar nas palavras de quem lhe fez mal: "É, ela/ele não quis namorar comigo (ou não quis me ajudar, ou me dar o emprego) porque sou negro (ou gordo, ou míope, ou gay)."
Você deixa de ver que a intolerância, a falta de educação, o PRÉ-CONCEITO, é um defeito da outra pessoa, e não seu; é ela que tem que mudar, e não você.
Claro que os anos passam, a gente cresce, evolui mentalmente, melhora fisicamente, se veste melhor, e liga o "FODA-SE" permanentemente. Ainda assim, aquela pessoa, ou grupo, que lhe traumatizou pode, E DEVE, ser superado, mas nunca será esquecido.
Para terminar: Uma menina chamada Alye Pollack, que cursa a 8ª série lá nos EUA fez um vídeo como forma de protesto contra o bullying que sofre na escola desde a 6ª série, o interessante é que ela não fala absolutamente nada ao longo de todo o vídeo, apenas mostra cartazes (em inglês), então aqui está o vídeo (legendas abaixo):
1° cartaz: Oi! Meu nome é Alye.
2° cartaz: Eu estou na 8ª série.
3° cartaz: Vê como sou feliz?
4° cartaz: Bem, eu não sou.
5° cartaz: Eu sou assim desde a 6ª série.
6ª cartaz: Eu não tenho muitos amigos. 3? 4?
7° cartaz: Por quê?
8° cartaz: Eu sofro bullying. Não fico um dia sem ouvir uma destas palavras:
9° cartaz: Vadia, prostituta , gorda, “sapatão”, vagabunda, anormal, horrorosa, estranha, bicha.
10ª cartaz: Eu não me mutilo, mas estou perto...
11ª cartaz: Eu estou na terapia. Fico mais lá do que na minha classe.
12ª cartaz: Eu gosto da minha escola, eu só não gosto dos garotos.
13ª cartaz: No ensino médio ficará pior?????
14ª cartaz: SOCORRO
15ª cartaz: Pense antes de dizer coisas. Você pode salvar...
16ª cartaz: VIDAS.
17ª cartaz: Não seja um ASSASSINO.
18ª cartaz: Paus e pedras?
19ª cartaz: Palavras machucam.
20ª cartaz: Pense, este (seta apontada para ela) poderia ser você.
*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.
*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.
5 comentários:
Me emocionei com o vídeo, principalmente pelo fato dela não falar nada e só mostrar plaquinhas. Realmente, tem muito professor que não tá nem aí pra o problema "bullying", principalmente professores do ensino médio, que acabam entrando na "brincadeira" dos legais da turma.
Na minha escola eu via mais piadas que bullying, isso porque a vítima sempre acabava entrando na brincadeira, até como forma de se enturmar com a galera. Mas ninguém sabe o que se passa na mente de cada um, né? Acho que é tudo uma questão de abertura. Se aquela pessoa "diferente dos padrões" está quieta no seu lugar, deixa ela lá. Agora não, tem que intimidá-la... Vai entender esse sentimento mesquinho dessa gente de se exaltar com o sofrimento alheio!
Faz tempo que num ando por aqui, pq ando sem tempo... Mas, vou me atualizar!
AAAAAAAAAAAh q layout lindo!!! Mudou quando flor? ta mt diiiiva (vc e o blog) bj bj bj
tudo-pra-meninas.blogspot.com
Outro dia mesmo assisti um documetário sobre o assunto,confesso que fiquei chocada com as imagens que foram mostradas.Acho que sempre existiu bullying,o que também na minha época de escola eram piadas e tal..Mas hoje em dia são verdadeiras agressões físicas.!Como mãe tenho muito receio. :-( bj
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http://a-corujinha.blogspot.com/
Oi Lay!
Esse tal de bullying é muito ridiculo mesmo né? Eu confesso que eu sofri um pouco na minha adolescencia, mas creio ter sabido lidar bem até, é claro que se eu tivesse o pensamento que tenho hoje, tudo seria diferente, mas enfim... acho que cada um tem que aprender a lidar com as pessoas, mas antes de tudo a respeitar o jeito de cada um.
Bjuss
Nunca fui da galera que sofria bullying, muito menos da que fazia. Então, na neutralidade da situação, observava algumas coisas (com conclusões alguns anos depois do término da escola).
Quem comete o bullying é o babaca que vamos encontrar por toda nossa vida. Ali na infância/adolescência, ele só está demonstrando a total falta de caráter que o acompanhará por toda vida. (E isso inclui os professores, que está no grupo dos adultos babacas)
Já as crianças que sofriam o bullying, em sua maioria, eram as que "não conseguiam se impor". Hoje, são adultos ainda tímidos.
Lembro de uma menina que estudou comigo no ensino médio. Ela tinha tudo para sofrer: extremamente baixa, gordinha, com óculos fundo de garrafa e tirava as melhores notas da turma, quiçá do colégio. Mas nenhum babaca tinha coragem de se aproximar dela. Motivo? Era só falar uma gracinha que ela apontava em alto e bom som o pior defeito do cidadão. Porque todo mundo tem um. Ela virava o jogo e o babaca virava o motivo da piada.
Hoje, essa menina é juíza. Ainda muito baixinha, ainda gordinha, de óculos, mas muito feliz.
Nem preciso contar que os babacas não estão nem perto de tamanho sucesso, né? rsrs
Beijos
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