domingo, 15 de fevereiro de 2015

Quem você é?


A gente muda de roupa, muda o cabelo, muda de sapato, de cidade, de parceiro.
A gente muda coisas todo dia, mas o que realmente conta é mudar PESSOAS, a começar por si mesmo.
Eu tenho mudado muito, mas o importante é: Tenho mudado pra melhor.
Com certeza, para muitas pessoas eu tenho mudado para a pior (por defender direitos LGBT's, por não ter crença - e não ter nada contra quem tem -, por acreditar que a mulher é dona do próprio corpo, etc). Mas uma coisa é certa: o importante é mudar por si. Mudar por quem se gosta. Mudar por achar que vai evoluir. Ainda assim nunca seremos perfeitos, mas não podemos ficar estagnados.
Porque, sim, eu estou em constante metamorfose. Eu estou sempre aprendendo com meus erros, eu estou continuamente trabalhando no processo de evolução do meu caráter. Ainda falo e faço besteira. MAS QUEM NÃO FAZ?
Aprendi neste processo que o debate de ideias é algo com o qual a gente precisa tomar cuidado. Aprendi a não debater com gente que quer simplesmente brigar (ou quando eu mesma já estou irritada). Aprendi que é a forma como eu me posiciono que vai ensinar as pessoas ao meu redor, não as minhas palavras.
Eu quero enxergar todas as pessoas como PESSOAS. Não quero ver um advogado como um "doutor", não quero ver um morador de rua como um mendigo. Quero vê-los como pessoas que tiveram diferentes oportunidades e histórias de vida, e que ambos, todos os dias, precisam de ajuda ainda que de formas diferentes. Não quero separar seres humanos como superiores ou inferiores (seja por beleza, classe social, religião, etc), porque isso delimitaria muito o "tipo de gente" que merece o meu respeito e quem não, ou o "tipo" que merece ser notado e o tipo que não. Porque é justamente esse tipo de separação que nos faz sermos omissos com as dificuldades alheias, esse tipo de separação faz com que nos falte EMPATIA. Na hora de falar sobre alguém ou sobre um grupo e ditar regras sobre estes, desista de usar suas ideias pré-formatadas e se coloque no lugar desta pessoa ou grupo.
É por isso que eu quero enxergar a pessoa como um indivíduo, independente do que ela supostamente representa. Eu faço um processo de desconstrução de ideias diário, porque no final do dia eu quero dormir sabendo: Eu me sinto bem com o tipo de ser humano que estou me tornando, por estar descobrindo QUEM EU SOU, e não por ser simplesmente a pessoa que querem que eu seja.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Quantos gritos cabem no silêncio?

     Mais de um ano após a última postagem eu volto pra dizer que tanta coisa aconteceu que eu nem me reconheço mais. Procuro a pessoa que eu era na adolescência, e não acho. Procuro a moça da época da faculdade, e também não acho. A única coisa que eu acho é que estou numa espécie de crise do "quem sou eu?" Eu não sei quem eu sou, nunca soube, mas agora eu quero descobrir. Existem dias em que eu penso que sou só uma inútil, fracassada, que não tem nada a acrescentar de bom na própria vida nem na vida de ninguém, que não sabe lidar com sentimentos, alguém que não se ama nem vai ser amada. Nunca.
     Ultimamente eu tenho chorado fácil quando se trata de falar sobre meus sentimentos, e é por isso que nunca falo a verdade sobre como me sinto, nunca me mostro, tudo está sempre bem, meu céu está sempre azul, meu sorriso está sempre estampado. Mas a verdade é que só eu sei a agitação do meu oceano interior. Talvez eu seja assim porque durante o meu crescimento eu tive que aprender a dizer que tudo estava ótimo. Pois quando nada estava bem eu podia chorar o quanto quisesse, pedir ajuda o quanto fosse, mas no final só a imagem refletida no espelho me entendia e estava disposta a me ouvir. Já conversei tanto comigo em frente a um espelho enquanto chorava que até perdi as contas, e me incentivava "vai, sorria. Isso vai passar." Eu me forçava a sorrir pra mim mesma. Até via certa beleza naquele nariz escorrendo, naquela bochecha vermelha, naquelas lágrimas rolando. Respirava fundo, enxugava as lágrimas, limpava o nariz, e saía do quarto levando o meu maior escudo: O meu sorriso falso fabricado a partir da obrigação de mostrar que nada me atingia.


     Quando eu tinha 8 anos, eu estava brincando na calçada de casa, virei o pé e me estabaquei sobre um pequeno monte de paralelepípedos soltos. Levantei toda dolorida, ralada, e rindo enquanto me perguntavam se eu estava bem. "Hahahaha Tá tudo bem, gente." Não, não tava bem. Só comecei a gritar pela minha mãe quando vi que meu braço, minha mão e a calçada estavam cobertos de sangue. A ponta de uma das pedras abriu o meu pulso direito: uma belezura de dois rasgos, que me rendeu um total de doze pontos e uma pequena sequela em algum tendão flexor, o que me rende fisgadas no pulso e no cotovelo sempre que faço qualquer coisa que exige força.
     "Tá tudo bem", quantas vezes a gente diz isso quando nada está bem? O "tô bem" sai naturalmente em 90% das vezes. Não é que eu não queira falar sobre as minhas inquietações, sobre meus medos, sobre as minhas expectativas, sobre as minhas inseguranças, mas é que eu não consigo. E, aliás, quantas pessoas se importam de verdade? Acredite, escrever estas coisas está sendo extremamente difícil pra mim.

     Portanto, como é de se esperar, eu tenho dificuldade em me relacionar com pessoas, em me abrir, em me deixar ser tocada na alma; porque eu vivo sempre muito empenhada em só mostrar meu lado bom. Em ser "foda", em ser "alegre", em ser sarcástica, perspicaz, em dizer que nada me atinge. E em alguns destes momentos eu sou uma grande farsa, porém eu tenho consciência que isso é algo que tem que ser trabalhado dentro de mim, são marcas de acontecimentos aparentemente tolos ocorridos durante meus quase 25 anos, que deixaram cicatrizes na mente, que fazem parte da minha história e que eu finjo que não estão ali mas que vez ou outra acabam se mostrando pra me lembrar "você só é assim hoje e reage deste modo por causa de tal coisa que você ouviu/viu/viveu e te afetou". Não tem a ver com rancor, não tenho raiva das pessoas ou das experiências, mas isso não quer dizer que eu não lembre, que vez ou outra não me causem fisgadas na alma. E por que eu resolvi começar a falar agora? Bom, não pretendo falar sobre minha vida com pessoas nas quais eu não confio, muito menos escancarar tudo nas redes sociais, mas sou de carne e osso, e - apesar de ter uma vaga consciência das minhas qualidades - não quero fingir ser a Mulher Maravilha pra sempre.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O cara legal e a Friendzone



Sabe aquele cara que é apaixonado pela amiga e ela diz o bom e velho "só te vejo como amigo"? E aí ele comenta com todos os amigos dele - com lágrimas nos olhos e voz trêmula - que ela não o quer ele pois ele é um cara legal? Comenta ainda que se ele fosse um cafajeste ela daria uma chance?
Claro que você sabe. Todos nós sabemos.
Mas, o que é "um cara legal"? O que faz o "cara legal" não conquistar a garota que ele quer? Afinal, todas as garotas querem um "cara legal", certo? Ou não?
As respostas para estas perguntas você não vai encontrar no Globo Repórter, mas encontrará aqui! Se prepare para levar uma surra de bunda realidade.

Na verdade, muitos "auto-proclamados" caras legais - sim, ninguém diz ao cara que ele é legal, mas ele se intitula "um cara legal" - na verdade é apenas um chato de galocha. É isso aí, lide com isso.
Sabe como eles agem? Não? Pois eu sei: Geralmente são inseguros. É, isso aí. Inseguros. Qualquer outro amigo da garota é uma potencial ameaça e ele faz questão de deixar isso claro para a garota enquanto demonstra toda a fragilidade e falta de auto-estima que possui. Criam "DRs" que não existem e que não cabem no contexto. Vão tirar satisfações das quais não possuem direito. Enchem o saco. Sim, ENCHEM O SACO. Aí depois dizem por aí "mas eu gosto tanto dela, eu faria tudo por ela, e eu já deixei isso bem claro." Na maioria das vezes o "cara legal" só foi um chato que perdeu mais tempo tentando controlar a moça e pensando em como afugentar possíveis pretendentes da pobre coitada do que propriamente mostrando os atributos que ele possui, se mostrando interessante. E aí, claro que acaba entrando na friendzone (veja aqui 13 sinais de que você está na zona da amizade).
Agora, me diga você, querido cara legal que me lê - eu espero que você realmente seja legal, e não do tipo que se auto-declara um cara legal: FICARIA COM UMA GAROTA ASSIM? Eu também sei a resposta disso: NÃO! E como eu sei? Eu já fui uma auto-proclamada "garota legal", senhoras e senhores. Mas Jesus me curou (hahah) e hoje eu sei que eu só era louca e tinha baixa estima e pouco amor próprio.

Claro que você pode, DE FATO, ser um cara legal e ainda assim ela não te querer. Pode não haver afinidade. Pode não haver interesse. Pode não haver "química". Sim, tudo isso é possível, pois nós ainda vivemos no mundo real, certo? Pessoas podem simplesmente não combinar.
Mas o que eu tenho para dizer aos "pseudo caras legais" que me leem é: Aprenda a ser legal de verdade. Tenha mais auto-confiança. Demonstre o quanto gosta da companhia dela, ainda que passem poucos instantes juntos. Descubra gostos em comum e explore todos eles. Esqueça que o Fábio Jr., o Han Solo e o Brad Pitt existem e aja como se você fosse o único macho alfa da face da Terra - atenção: Isso não significa agir como um imbecil, mas sim mostrar sua masculinidade e usar o seu poder de sedução NELA, e APENAS PARA ELA. Procure saber o que ela gosta no sexo oposto e veja se você se encaixa. Tente criar mais intimidade e veja se ela se sente confortável e se a conversa flui naturalmente, se não fica parecendo "forçado". Á propósito: saiba levar uma conversa - vocês não tem noção do quanto é importante uma garota notar que você sente prazer legítimo em bater papo com ela. Seja engraçado. Seja inteligente. Desperte o interesse dela em você; pois mesmo que vocês não se falem todos os dias, quando se falarem, vai ser bom, vai ser interessante, vai ter gosto de "quero mais", e no meio da semana ela ainda vai lembrar e rir da conversa que teve com você. E deixe que, junto com os seus esforços, o tempo se encarregue do resto. E se ainda assim não funcionar? Força, soldado. Amanhã é outro dia.



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

As crônicas que ninguém leu

E aí que eu sou dessas que se apoia na escrita pra colocar pra fora o que sente, o que acredita.
Até falo bem, mas escrevendo eu me encontro. Eu viro poetisa, mostro a doçura, a loucura, a amargura. E não importa se falo de amor ou de ódio, tudo soa bonito. É por isso que venho contar pra vocês que estou com um novo blog. Um blog "adulto".
Não, não é blog de sacanagem. É um blog com textos (ah vá!). Crônicas, pra ser mais específica.
É um blog limpo, com textos pra uma galera mais velhinha. E quando eu digo "velhinha", falo da minha idade em diante - que decadente.
Não espero nada do novo blog. Não espero nada de coisas que eu faço por prazer (além do prazer, é claro).
Assim como aqui, no Doces Desamores, eu prometo escrever lá sempre que me der vontade e inspiração.
Então, passa lá sempre que der. Prometo que, pode até não ser constante, mas vai ter coisa legal. Clique na imagem.




segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Anne Frank me entenderia




Comecei a ler "O Diário de Anne Frank" há algumas semanas. Estou realmente degustando o livro, enquanto sinto um misto de medo de chegar à última página. Creio que nunca me identifiquei tanto com alguém que realmente existiu. Ela era muitas em uma só. E o fato de ela ser uma garota de personalidade forte não a fazia indestrutível. Não anulava o fato de que ela sentia carência, solidão, vontade de um abraço. E, na falta de outrem, ela se agarrava em si mesma.

"... Algumas vezes acho que Deus está querendo me testar agora e no futuro. Vou ter de me tornar uma boa pessoa por conta própria, sem ninguém para me servir de modelo ou me aconselhar, mas no final isso vai me tornar mais forte.
Quem mais, além de mim, vai ler estas cartas? Com quem mais, além de mim, posso procurar conforto? Estou sempre precisando de consolo, costumo me sentir fraca, e com frequência deixo de atender às minhas expectativas. Sei disso, e todos os dias resolvo ser melhor.
...
Não sou mais o bebê e a queridinha mimada que provocava risos com tudo o que fazia. Tenho minhas próprias ideias, meus planos e ideais, mas ainda não consigo verbalizá-los.
Pois é. Tanta coisa me passa pela cabeça à noite, quando estou sozinha, ou durante o dia quando sou obrigada a estar perto de gente que não suporto ou que invariavelmente interpreta mal as minhas intenções! É por isso que sempre termino voltando ao meu diário — começo nele e termino nele porque Kitty [nome do diário de Anne] é sempre paciente. Prometo a ela que, a despeito de tudo, vou em frente, que vou encontrar o meu caminho e refrear as lágrimas. Só gostaria de ver alguns resultados ou, pelo menos uma vez, receber encorajamento de alguém que me ama."

Anne Frank - 30 de outubro de 1943

Ah, Anne... Vem aqui, me dá um abraço.

*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.
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