Eu estava no banho, apreciando o som que vinha do rádio - sem ser atrapalhado por nenhum ruído que uma casa com mais pessoas teria.
De repente começou a tocar uma música que eu gosto, composta por Lobão e interpretada na voz do próprio, de nome "Me chama". Essa música é conhecida na voz dele e na de Marina Lima, apesar de ter sido regravada por muitos. Particularmente, prefiro na voz dela.
De repente começou a tocar uma música que eu gosto, composta por Lobão e interpretada na voz do próprio, de nome "Me chama". Essa música é conhecida na voz dele e na de Marina Lima, apesar de ter sido regravada por muitos. Particularmente, prefiro na voz dela.
Me apeguei a aquele início da música e então notei algo que nunca tinha notado tão a fundo: A diferença na interpretação entre Marina e Lobão.
A versão que eu ouvi na voz do lobão foi a do Acústico MTV. Mas ainda assim, na versão original dos anos 80 é possível perceber, até certo ponto, o que eu vou falar.
Pra começar, a letra da música é a seguinte:
Pra começar, a letra da música é a seguinte:
Me Chama
Chove lá fora e aqui tá tanto frio.
Me dá vontade de saber; aonde está você?
Me telefona... Me Chama! Me Chama! Me Chama...
Nem sempre se vê lágrima no escuro.
Lágrima no escuro, lágrima...
Tá tudo cinza sem você... Tá tão vazio...
E a noite fica sem porque...
Aonde está você?
Me telefona... Me Chama! Me Chama! Me Chama...
Nem sempre se vê mágica no absurdo.
Mágica no absurdo; mágica!...
Nem sempre se vê lágrima no escuro.
Lágrima no escuro, lágrima!...
A interpretação dele é visceral. Ele começa - de um modo meio indignado - a cantar que a pessoa não está com ele, mesmo sob as tais circunstâncias de tudo parecer frio e vazio, parecendo achar isso uma traição.
Em seguida, pede de forma pacífica para que a pessoa diga onde se encontra, que lhe dê atenção.
Sem obter sucesso, ele canta o trecho seguinte de modo alarmante, por não ser compreendido. Por nem sempre conseguirem compreender a situação da maneira que ele enxerga.
Ele volta a dizer - ainda de forma "incrédula" e meio enraivecida por a pessoa não estar ali - que sem a outra pessoa, o mundo ficou vazio e sem cor.
Pra em seguida usar um tom de voz que chega a implorar pela atenção que não se tem.
E novamente dar um guinada, e usar toda a potencia vocal pra gritar que nem sempre conseguem compreendê-lo. Que nem sempre conseguem ver a beleza e agruras das situações, do modo que ele enxerga.
Só é possível ouvi-la no próprio site do YT.
A interpretação de Marina é mais triste. Canta como quem não pede nada, não espera nada. Está apenas divagando pelo próprio pensamento, e simplesmente constatando - de forma conformada - o fato de estar sozinha numa situação difícil.
Em seguida ela pede "me telefona, me chama..." sem demonstrar ter nenhuma esperança de ser ouvida ou de que seus desejos sejam atendidos.
Quando chega a parte do "nem sempre se vê lágrima no escuro/ nem sempre se vê mágica no absurdo", ela não demonstra a indignação nas palavras, da forma como Lobão o faz. É mais como um lamento por não poder dividir as impressões que ela tem da situação.
Em seguida ela pede "me telefona, me chama..." sem demonstrar ter nenhuma esperança de ser ouvida ou de que seus desejos sejam atendidos.
Quando chega a parte do "nem sempre se vê lágrima no escuro/ nem sempre se vê mágica no absurdo", ela não demonstra a indignação nas palavras, da forma como Lobão o faz. É mais como um lamento por não poder dividir as impressões que ela tem da situação.
QUE TUDO DEPENDE DA INTERPRETAÇÃO. QUE A FACA PODE TER DOIS GUMES.
O que uns veem com fúria, outros podem ver com certa ternura, ainda que ambos estejam no mesmo barco.
PS: Sim, para quem não é acostumado, num primeiro momento a aparência de "louco varrido cheirador de pó" do Lobão dá um susto na gente.
*Para fins de direitos autorais, declaro que imagens usadas no post foram retiradas da internet e os autores não foram identificados.
5 comentários:
Também não tinha percebido isso, mas vire e mexe eu fico fazendo essas comparações nas músicas que ouço mais de uma vez e tb quando escuto outros cantores cantando a mesma música.
Adorei a sua observação. Bjs
Lay, eu não presto atenção em NADA do Lobão. Não curto mesmo. Conhecia essa música só na voz da Marina Lima.
Você observou muito bem as interpretações. Acho que vai da forma de encarar os sentimentos. Lobão é um cara mais agitado. Marina mais serena.
Beijossss
P.S.: Voltei para o blog. http://pensamentosnumpapel.blogspot.com.br/
Eu não gosto de Lobão, mas tua descrição foi digna -.-
Uma outra música que tem essas diferenças de interpretação é "como eu quero" por Leoni http://www.youtube.com/watch?v=Bfz9h0gkv2A
Ele começa a cantar "arretado" u.u
haha
muito interessante...já havia ouvido as duas versões e nao tinha percebido diferenças...Prefiro a da Marina Lima,é mais envolvente...
Me faz uma visita?http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2012/07/a-dor-do-regresso.html
Num é que tem diferença mesmo! kakakkak engraçado quando você falou cheirador de pó kkakaa ri alto!
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